quinta-feira, 16 de junho de 2011

A esponja e o seixo

Nós que temos a felicidade de pensar, de falar, de transmitir o nosso pensamento, também conseguimos dar linguagem aos animais e até aos seres inorgânicos .
Apreciemos este diálogo entre uma esponja e um seixo duro.
Alguém mergulhou num balde água uma esponja humilde. Ela bebeu. Bebeu, até não poder mais, até ficar ensopada e cheia.
Entretanto, una pedra dura e roliça – um seixo – repousava passivamente no fundo do balde, onde se aninhara comodamente.
A esponja quebrou o silêncio e disse: Gosto de estar embebida em água fresca. Conservo esta frescura durante muito tempo. E posso refrescar as mãos ou o corpo daqueles me utilizam, e até derramar um pouco de vigor e esperança sobre a raiz de uma planta moribunda.
O seixo, duro e egoísta, respondeu: - Ninguém, nem mesmo a água, consegue devassar o meu interior e a minha privacidade. Se me abrirem, encontrar-me-ão totalmente seco.
A esponja respondeu: E não sentes tristeza e frustração por não conseguires refrescar pelo menos uma flor?
E o seixo quedou-se silencioso., fechado na sua carapaça de egoísmo.
Se observarmos bem o mundo que nos rodeia – desde o mundo familiar ao exterior – verificamos que estamos num mundo de corações duros e frios como seixos. Corações indiferentes à tristeza dos outros, às dificuldades dos outros, às carências morais e físicas dos outros. Um mundo de insensibilidade cruel!.
Felizmente, aqui e acolá, surgem algumas almas generosas, altruístas, capazes de sacrificarem-se pelos outros.
Mas sentimos falta de corações-esponjas...

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