terça-feira, 7 de abril de 2009

Partir para o Pai


Às vezes a vida prega-nos partidas.
No meio de tanta agitação, confusão, discussões, da distância e indiferença, do nosso egoísmo, orgulho, do nosso dia-a-dia, esquecemo-nos do mais importante: de olhar para quem está ao nosso lado. Olhar com amor, compreensão, esquecendo-nos de nós próprios para colocar o outro em primeiro lugar.
É então, que no meio disto tudo, o mundo parece que pára, pára no tempo, ou parece mesmo que acaba.
Álguém morre...
"Deixa" marido, filhos, pais, amigos, conhecidos e desconhecidos....
E então damos conta do quanto perdemos, e do pouco que aproveitámos com as nossas atitudes parvas, egoístas e orgulhosas. E aparece o sentimento de perda, dor, culpa pela indiferença que tivemos.
De repente, a vida transforma-se de uma forma brusca e inesperada, não compreendemos, queremos encontrar respostas, justificações que não existem e começamos a dizer palavras injustas, a culpar os outros pelo sucedido, e acabamos por magoar outros que já se encontram em sofrimento, deixando o nosso orgulho e o nosso egoísmo vir ao de cima.
O que fazer perante estas palavras?
Talvez permanecer em silêncio, não responder, tentar ver além dessas palavras que nos ferem e sentir essas palavras como manifestação de dor imensa que invadem.
Talvez, perante estas palavras, dar um abraço forte e sentido, chorar, deixar que o silêncio fale, e, a seu tempo, palavras meigas, cheias de força e compreensão surgirão, estabelecendo a paz e a comunhão unindo dois lados que se encontravam distantes, mas sempre e para sempre unidos por quem partiu para o Pai e por que "deixou" cá neste nosso mundo.
Talvez, esquecer os porquês... e aceitar, pois a vida é assim... e Acreditar que está junto do Pai, e que está feliz e que irá nos esperar até quando Deus quiser e que nessa altura nos irá abraçar e sorrir...
Se Vamos sentir saudades? Claro que sim... e muitas! O que fazer? Não sei... chorar, relembrar aquilo que mais gostávamos e também o que menos gostávamos, mas nunca esquecendo que Deus sabe o que faz, mesmo que nós não o compreendamos, e agradecer a dádiva que foi ter sido filha, amiga, esposa, mãe, tia, sobrinha, conhecida, por simplesmente ter existido e nos ter tocado com o seu jeito meigo e simpático!

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